Por que voar? Desde os primórdios o homem sonhava em voar. Apesar de sermos seres terrestres, nossas mentes estão quase que sempre nas nuvens. O que há além do céu azul ou das estrelas a noite? Uma pergunta que está fixa em nossas mentes, passando de geração em geração, desde o dia em que nossos ancestrais olharam para cima e a formularam.

Por que voar? O sonho da aviação

Nos mais antigos manuscritos e artes gráficas podemos notar referencias ao voo ou seres alados. Os Deuses e seres supremos quase sempre vinham do céu. Um desejo oculto de que, através da elevação, alcançaríamos o poder e glória que tanto temíamos e cultuávamos.

O primeiro voo registrado da história, se assim podemos dizer, foi a façanha de Ícaro e seu pai Dédalo ao fugir de sua prisão. Dédalo, um grande inventor, criou asas com cera e penas de pássaros, que foram colocadas em seus braços e do seu filho. Ambos conseguiram fugir voando. Entretanto temos também o primeiro registro de um acidente aeronáutico, quando Ícaro, contrariando as ordens de seu pai, voou mais alto e mais perto do sol permitindo que a cera de suas asas derretesse e ele viesse a cair no mar.

Da mitologia grega para a Itália do século XV, temos o ilustre Leonardo da Vinci e seus aparatos voadores. Dentre eles, o famoso e primitivo projeto de um helicóptero. Nenhum chegou a voar em seu tempo, mas mesmo assim alimentaram a imaginação de um mundo que conhecia tudo a partir do chão. Mais próximo ao século XIX os primeiros “aeróstatos”, como eram conhecidos os balões, começaram a alçar voo, seguidos de um ou outro protótipo de asa delta ou planadores.

 

Assim um caminho sem volta foi iniciado, o homem já estava sedento para dominar os ares, e assim o fez quando dominou a técnica da “elevação” do “mais leve que o ar” e posteriormente com a introdução da dirigibilidade no ar, dando início a era dos dirigíveis e os gigantes Zeppelins nos idos dos anos 1890.

 

 

Por que voar? O sonho da aviação e a invenção do avião

A corrida para realizar um voo de um equipamento “mais pesado que o ar” rendeu uma das maiores competições do mundo e até hoje em dia ainda há discordâncias sobre quem realmente inventou o avião. A maioria das fontes coloca os americanos irmãos Wright, e seu voo catapultado em 1903. Outras colocam o Frances Clément Ader e seu misterioso voo a 20 cm de altura em 1890. Mas o que talvez mereça mais crédito seja o brasileiro Alberto Santos Dumont, que em 1906 voou em seu aeroplano 14-bis, por meios próprios, no campo de Bagattelle nos arredores de Paris.

 

 

Logo depois de estourar a Primeira Guerra Mundial, a indústria aeronáutica sofreu um verdadeiro avanço, dentro de poucos anos, digam-se meados de 1915, vários modelos de monoplanos, biplanos, triplanos e dirigíveis estavam circulando no céu europeu. Com o fim da Guerra, um verdadeiro exército de pilotos e aeronaves estavam disponíveis. Então, como que obra do acaso, surgiram as primeiras empresas aéreas de malote postal, carga e passageiros. Naquela época voar não era muito seguro e não havia quase nenhuma regra internacional de vôo ou auxílios a navegação. Além do mais, por as passagens serem muito caras, somente um grupo seleto tinha a oportunidade de usufruir das viagens aéreas.

Novamente o mundo entra em guerra e novamente a aviação é utilizada como arma de combate. Ao final do conflito, e após somente trinta e poucos anos do aparecimento dos aviões, novas aeronaves, metálicas, velozes, com capacidade de toneladas de carga e dezenas de passageiros, capazes de cruzar o atlântico, outra vez estavam aos milhares espalhadas pelo mundo e prontas para entrarem em serviço nas linhas comerciais. Não demorou muito e em 1950 já tínhamos jatos cruzando a velocidades próximas a do som e carregando mais de uma centena de passageiros.

Por que voar? O sonho da aviação para todos

A partir desse momento, voar começou a ser uma atividade corriqueira, era normal ver aviões no céu, receber cartas e encomendas de um parente distante ou simplesmente ouvir a notícia que um amigo voltara de uma viagem ao oriente.

Desse período em diante, avanços tecnológicos voltados para a performance de aeronaves, novos tipos de sistemas de navegação e desenvolvimento nos quesitos de segurança passaram a representar o dia-a-dia das inovações do setor aeronáutico, tornando possível que voar seja uma ação segura, acessível e prazerosa.

O ser humano é apaixonado por voar porque é algo que nós não podemos fazer, pelo menos não diretamente, e o avião é aquilo que nos permite realizar esse desejo. Quando olhamos um pássaro, pensamos ser tão simples voar, mas ao mesmo tempo não somos capazes de alçar voo pelos nossos próprios braços, mas sim pelas máquinas que eles podem criar.